segunda-feira, 19 de julho de 2010

3 VEZES NHOCUNÉ SOUL

Nesta semana, mais uma vez a Nhocuné Soul mostra sua versatilidade em três momentos diferentes.

Na sexta, a banda volta ao Kabul (www.kabul.com.br) para mostrar o melhor de seu repertório dançante, prometendo não deixar ninguém parado - a partir das 23h30. 
Os amigos que quiserem prestigiar o show tem desconto, é só enviar um e-mail para nhocunesoul@gmail.com que colocaremos o nome na lista amiga.



No sábado, estão em cena  na Saga do Menino Diamante -  Uma Ópera Perférica, a partir das 22 hs no CDC Patriarca, com entrada grátis.

E no domingo, a banda participa do Projeto Experimentando Música em Diadema. Antes do show, nosso maestro Ronaldo Gama ataca de palestrante com o tema: A história do samba e um paralelo com as novas correntes musicais presentes no Brasil. A palestra será as 16 hs e o show as 18 hs, com entrada gratuita. O evento acontecerá no Teatro Clara Nunes (Rua Graciosa, 300 - Centro - Diadema)


quarta-feira, 7 de julho de 2010

A SAGA DO MENINO DIAMANTE

Voltou. Até o dia 21 de agosto, os fãs da Nhocuné Soul poderão assistir a mais uma empreitada da banda -  desta vez com o grupo de teatro Dolores Bocaberta Mecatrônica de Artes. Trata-se do espetáculo "A Saga do Menino Diamante - Uma Ópera Periférica", onde os músicos da banda atuam e fazem a trilha sonora da peça.


Todos os Sábados - até 21/08

Início às 22horas e término às 4horas da manhã
(são 1h40 de apresentação do primeiro ato e o segundo ato é uma festa)
Recomendamos chegar um pouco antes e vir agasalhado, o espetáculo é ao ar livre.


SINOPSE DO ESPETÁCULO


O espetáculo tem a pretensiosa vontade de narrar a saga da aventura humana. Para contar essa história, utilizamos três prismas diferentes e simultaneamente unos, a saber:

1 – o desenvolvimento do ser humano como ser social em sua saga histórica;

2 - a construção da cidade como fruto e estímulo da ação do ser social;

3 – a formação da consciência do indivíduo como apreensão particular do ser social;

Junto disso cabe a reflexão sobre a construção do herói e as grupalizações humanas que criam a figura do líder. O primeiro ato que traz consigo um apêndice, um prólogo alerta aos viajantes, versa sobre o movimento do ser social construtor de história, da cidade, do capital. Esse movimento passa pelo deslocamento/migração, aglomeração no espaço urbano, industrialização (automotiva/construção civil) e favelização. No seio desse deslocamento opera a ideologia que tenta pinçar a idéia de herói na figura dos escolhidos que são exemplo da funcionalidade do sistema. Um sistema hierárquico onde a perseverança, a resignação, a força de vontade, a competência individual, a competitividade, a rejeição do erro dentre tantas outras idéias são postas como características naturais e quando não como ideais de busca individual. Apresentar esse sistema é uma das tarefas da encenação do primeiro ato, apresentar as estruturas da construção da cidade é outra.
Esta é a apresentação do intenso movimento de inúmeros personagens reprodutores da vida e que n somatória de suas experiências alinenadas, sem se darem conta, constroem a cidade, a sociedade e a história. O segundo ato divide o público em dois grupos. A cisão dá-se de forma brusca. Num lado, o refugo humano vítima do despejo de uma favela,; noutro, o seleto grupo de possíveis compradores de apartamento de luxo em região nobre da cidade. 
Os despejados ficarão em céu aberto, e os privilegiados no conforto das poltronas dentro da sala de apresentações. Nestes contextos aprofundamos as contradições da sociedade espetacularizada, em meio a luta de classes, em duas abordagens:

1)     As grupalizções que reproduzem o ideário dominante sem a clara percepção do que fazem;

2)     O asfixiante universo do indivíduo atomizado e consumidor das benesses e fetiches capitalistas.

A trajetória humana apresentada aparentemente redunda num circuito fechado onde não há espaço para a transformação da vida social. O ciclo perfeito se rompe justo pela imperfeição e a novidade das relações sociais que reproduzem um modo/sistema, mas carregam consigo a imperfeição e a impossibilidade da exata repetição dos eventos. Entendemos imperfeição ou erro ou falta como virtude capaz de por em cheque todo e qualquer sistema que busca a perfeição na reprodução de sua própria existência.
Soma-se a este esquema a tentativa de grupos humanos de analisar a realidade social e projetar caminhos para a transformação da realidade. A festa, ou terceiro ato, traz a possibilidade de quebra de alguns padrões em posse de parcial liberdade, pois, mesmo aí a determinação social opera, experimentamos a bruma de um porvir, o projeto de sociedade descolado das cercas da ideologia dominante. A mesma festa é apresentada como o mergulho coletivo nas entranhas da sociedade do espetáculo.

REFERÊNCIAS DE ESTUDOS: Karl Marx, Jean-Paul Sartre, Maria Rita Kelh, Mauro Luis Iasi, Tiaraju Pablo, Wilhelm Reich, Ana Fani Carlos e Friederich Engels.